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TIAGO FERREIRA

A faísca que mantém a chama da competição acesa,
com Tiago Ferreira.

Tiago Ferreira é um dos melhores bikers de bike-marathon da história desta disciplina. É difícil encontrar uma grande corrida por etapas em que seu nome não esteja inscrito. Com 36 anos e tendo sido campeão do mundo há 8 anos, muitos poderiam pensar que ele está na reta final de sua carreira esportiva. Mas nada poderia estar mais longe da realidade.

2024 é um novo começo para Tiago. Após anos sem mudanças e afogado em uma rotina que apagava sua chama esportiva, agora o Tiago mais ambicioso, enérgico e motivado está de volta. Tudo graças a sair de sua zona de conforto e enfrentar o desafio de criar sua própria equipe. O Vouzela BH é mais do que um nome em uma classificação.

É a faísca que mantém a chama da competição acesa em Tiago Ferreria.

Consolidado como um dos melhores bikers do mundo em XCM, é provável que muitos não saibam que suas origens estão no XCO e que ele competiu em Jogos Olímpicos dessa disciplina.

"Comecei a competir em corridas de aldeia com meus amigos. Lá, o diretor de uma equipe local me convidou para sua equipe e comecei a competir em nível nacional.”

Não demorou a se destacar. Estava claro que ele tinha talento. Naquela época, a única forma de se dedicar ao MTB era o XCO. Lá, ele buscava uma maneira de melhorar.

Ele alcançou o objetivo que hoje todos os bikers de XCO do planeta buscam,
estar em Jogos Olímpicos. Mas sua história é muito diferente da tradicional de um atleta de XCO.

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“Meu objetivo não era ir para os Jogos Olímpicos, mas naquela época as corridas por etapas de XCM davam pontos para o XCO e conseguimos ter 2 vagas para Portugal graças a isso.” Os clichês dizem que os Jogos Olímpicos são o objetivo final para qualquer atleta, o auge do esporte. Não foi o caso para Tiago Ferreira, que os vivenciou pessoalmente no Rio de Janeiro 2016: “Para ser sincero, não foi uma grande experiência. Fiquei com um gosto amargo porque não pude terminar a corrida. Talvez eu esperasse mais.

Curiosamente, no mesmo 2016, ele viveu aquele momento agridoce nas Olimpíadas, que para a maioria é o auge de sua carreira esportiva, mas também o momento mais emocionante de sua carreira esportiva. Coroar-se campeão mundial de XCM. Algo que ele realmente aproveitou ao máximo:

Não saio para treinar pensando em ser campeão do mundo. Mas naquele ano eu pensava nisso. Tinha acabado de ser vice-campeão europeu e sabia que estava em boa forma fisicamente. É um sonho realizado.

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Mesmo assim, ele mantém os pés no chão. “Não mudou minha vida. Talvez em outro esporte sim, mas no MTB não. Mudou sim a responsabilidade com que eu chegava às corridas.Mas continuava em um bom momento como atleta. Não me deu pressão, me deu mais motivação.”

E depois de conquistar a camiseta arco-íris, Tiago Ferreira continuou brilhando nas melhores corridas ano após ano, em um exemplo de constância e paixão pelo MTB.

Continuo treinando com vontade e continuo vendo que posso ganhar corridas. Quando perceber que não posso, vou me aposentar.Isso está claro para mim.

Se você acompanha o XCM, com certeza conhece os pontos fortes e fracos de Tiago Ferreira. Ele mesmo os reconhece. “A técnica é o meu ponto fraco. Quando eu era pequeno, não pude começar em uma escola de técnica como acontece agora e isso se nota. Meu ponto forte é a consistência. Posso estar em forma o ano todo.”

Mas parece que seu ponto fraco deixará de ser tanto assim em 2024: “Finalmente tenho uma bicicleta competitiva, muito bem desenvolvida por outros bikers de ponta e uma equipe de desenvolvimento muito poderosa. Tinha boas referências que me foram dadas por Ortiz e Valero. Mas agora, após a Lenda de Tartessos, posso dizer que foi uma mudança brutal. De tudo. Mudou muito minha forma de andar de bicicleta."

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"É incrível o quão importante é ter uma boa bicicleta nos dias de hoje"

Tiago Ferreira

"É incrível o quão importante é ter uma boa bicicleta nos dias de hoje"

Tiago Ferreira

Sendo campeão do mundo, campeão europeu e atleta patrocinado pela Red Bull, Tiago Ferreira seria uma estrela midiática global em muitos outros esportes, mas ele sabe que, até o momento, o XCM tem um alcance limitado:

“Acredito que vamos continuar assim por um tempo, porque o XCM ainda não é uma modalidade olímpica. Até que seja olímpico, será visto como a modalidade 'pobre' do MTB. A Copa do Mundo organizada pela UCI também não ajuda, sem repercussão. Sabemos que no XCM é difícil transmitir as corridas e isso é importante. Também acredito que podem ser abertos outros caminhos, como estão fazendo nos Estados Unidos, com suas próprias regras e cobertura.”

Neste novo começo esportivo que é 2024 para Tiago Ferreira, também há uma nova motivação. O gravel. “Um dos motivos pelos quais quis montar minha equipe é poder criar meu próprio calendário. Fazer corridas que me animam. Já fiz gravel antes, mas agora vou fazê-lo de forma mais ambiciosa. Meu objetivo é estar no Mundial e, a curto prazo, obter um bom resultado no The Traka.”

BH Bikes
Se não bastasse as corridas de MTB e gravel, Tiago Ferreira também se aventura em desafios pessoais e na busca por recordes.. Em 2020, junto com a Red Bull, ele estabeleceu o recorde de ascensão em 24 horas. Ele subiu 17.753 metros.
Mais que o dobro do Everesting.

Para este ano, ele tem outro desafio em mente. Embora ainda não possa revelar. “Em maio, vou tentar estabelecer um novo recorde. Não será de subida, mas será algo radical.”

Nos despedimos de Tiago Ferreira perguntando sobre um sonho para 2024. Ele responde sem dúvidas: “Ganhar o Mundial.” Mas então perguntamos: “No bike-maraton ou no gravel?” Entre risos, ele respondeu: “Por enquanto, o de XCM, preciso de mais experiência no gravel ainda.”